domingo, 23 de março de 2008

23 de março.

Forço a lembrança, mas não me vem à cabeça o que eu fazia exatamente na mesma data, no ano passado. Ainda bem que a memória binária (muito embora o Bê não concorde) me ajudou: acessei o Flogvip (www.flogvip.net/ana ) e o antigo blog (www.pranaoficarcalada.weblogger.com.br); as datas de postagem estão bem próximas do dia em questão e vão me servir.
...
Vejo, agora, que eu estava passando por uma ‘crise’ emocional-conjugal.
Havia incompreensões e incerteza da minha parte sobre gostar ou não. Na verdade, hoje sei que mais de uma vez me questionei sobre o sentimento, sobre a reciprocidade e, sobretudo, sobre a nossa compatibilidade – se é que me permitem dizer assim.
Acho que boa parte da culpa é minha. Deixei me levar pela inconseqüência da juventude e acabei me perdendo no meio do caminho – e o meu pior erro estava aí! Quando me perdi...
Meus amigos – e até eu mesma – acabaram perdendo minhas referências, passaram a não me reconhecer nos atos loucos e passionais.
Sinto-me envergonhada agora.
Não era para dar certo, e não deu.
Não era para continuar, e acabou.
Agora me resta correr atrás e recuperar o que sobrou de mim por este caminho.

Para falar a verdade, só estou escrevendo tudo isso por que há exatos 7 dias estou com um nó na garganta e quero me livrar dele.
Sinceramente, sei que não deveria falar nada sobre esta que foi a minha maior decepção dos últimos anos, mas... Eu também errei, e assumo. Agora quero mudar e fazer a coisa certa.
Às vezes dou aquela passada básica na minha própria memória para checar as coisas que me faziam pensar, na ocasião, que tudo aquilo valia pena.
E valiam, sabe? Eu só não sei se minha balança estava exatamente boa.
Várias vezes me lembrei de coisas que me salvavam de um tédio interminável, que me faziam rir como uma criança e que me tornaram mais... mulher (cafona isso, eu sei =\).
Sei lá, mas devem ser necessidades humanas comuns; o ser humano é um bicho muito estranho mesmo!
Mas por quê, oh céus, eu me perdi tanto a ponto de não me reconhecer ou não reconhecer o outro que estava ao meu lado e não me importar???
Eu sempre achei completamente inadmissível perder o amor próprio, mais ainda sem saber aonde foi parar!
Eu era dura, fria, de posições extremamente claras e até meio grosseira na hora de defendê-las. Ninguém fazia de mim gato-sapato sem conseqüências graves!
Mas, de repente, eu simplesmente aceitei e ajudei na tortura!
Ai, que vergonha!

Tá, tá, tá. Eu sei que agora também não dá para ficar remoendo o vazio que a minha vida se tornou... Mas eu não posso mais fingir que nada aconteceu, que eu não me tornei uma pessoa ridícula e pobre!
Deixei, além de mim mesma, muitas coisas que eu sempre prezei de lado! Meus amigos, meus livros, meus estudos, meus escritos, minha palavras que tanto fizeram minha vida valer a pena!

É por isso que agora eu criei um novo blog e retomei o velho e bom hábito de escrever, exercitando-o diariamente...
Acho que vocês me entendem agora.

P.S.: E tentem não dizer mais “eu avisei”. Eu sei que ditos populares funcionam, que “quem não ouve conselho, ouve coitado”, mas...
Para homens e cachorros, o reforço positivo funciona melhor do que o negativo!

Um comentário:

Cassio Cons disse...

Muito bem Aninha, toma um torrão de açúcar! =D

p.s.: apesar de tudo, foi a época em que tivemos nossas melhores conversas.