quinta-feira, 24 de julho de 2008

o que virá, dirá...


Eu queria escrever como escrevi um dia...
Tão cheia e certa de mim. Tão despreocupada com quem poderia ou não ler. Tão somente afim de escrever e deixar passar um pouco das emoções, do medo, da tristeza.
Descarregar tudo no papel!
Hoje eu carrego muita coisa presa no peito.
E, quando não é assim, faço meus amigos agüentarem horas de ‘choração’ de pitangas. Pior do que isso só me ouvir repetir 15478963258974 vezes a mesma história. Ou me ver repetindo pela 254978464º a mesma história para meu(minha) novo(a) amigo(a) ou para alguém que eu não via há muito tempo.
É um saco. Eu estou um saco. Quem é que me suporta?
Depois reclamo que têm me mandado embora, que não me levaram à porta, que não ligaram para saber se eu cheguei bem.
Ok, eu cheguei bem. Mas podia não ter chegado. Quantas histórias vemos na mídia todos os dias de pessoas comuns que fizeram coisas comuns e de repente foram obrigados a conhecer a tragédia?
Eu poderia ter morrido. Mas agora não sei se a minha crise é sentir que estou morrendo...
Morre lentamente aquela que um dia foi amada demais. Pode ser que nasça alguém triste, amargurada... E pode ser que não nasça ninguém.
Eu já nem sei do que tenho mais medo. Se que me vejam como eu sou ou se simplesmente não me vejam.

Fecho os olhos e me pergunto: será que ele me viu aquele dia?
Enquanto nos beijávamos, eu tinha certeza que não. Eu estava ali, abrindo os olhos para conferir, e o via de olhos bem fechados. Mas... E antes? Você me viu antes e por isso quis me beijar? Você não me viu? Por que, então, beijou?
Pra ser sincera, meu problema é não saber se amo ainda ou não. Pra ser sincera, meu problema é querer ser amada demais. E por quê? Eu nunca quis ser amada demais e vivi bem até o dia que aquele outro entrou pela porta que eu deixei escancarada.
O tempo vai passar, mas só se eu deixar de querer levar comigo qualquer um que passe por mim.
No primeiro dia que eu fui embora, a porta estava destrancada. Você já queria que eu fosse, imagino. E eu fui. Sozinha. E ninguém me ligou pra saber se cheguei bem.
No segundo dia, a porta estava trancada.
Você trancou de propósito ou foi o medo da cidade grande?
Alguma coisa passou por sua cabeça? Você lembrou de mim quando acordou?
Minha cabeça ferve e eu não sei por quê.
Pode ser que tenhamos vivido uma noite especial, mas vai saber se eu estou querendo me prender a você para me desprender do outro!