sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

É verdade, embora pareça letra de música baiana, que o carnaval é sinônimo de extravasar.
E extravasa quem libera do peito todos aqueles sentimentos mantidos num esconderijo qualquer; extravasa quem perdoa um amigo, quem não resiste a uma ligação ou quem deixa aquela coisa boba passar sem briga.
Extravasa quem consegue dar aquele passo à frente, ainda que a bebida tenha dado um empurrãozinho.
E quem se declara, quem chora assumindo uma dor de amor, quem grita e quem vibra por beijar alguém também extravasa; extravasa uma vida que existe dentro de nós, reúne energia e faz 5 dias valer por 1000 em que ficamos calados.

Eu prefiro extravasar. Prefiro morrer de chorar, na frente de tudo e de todos, do que abafar minhas lágrimas no travesseiro; prefiro gritar que amo e gargalhar com meus amigos do que sair por aí distribuindo sorrisos falsos, fracos e distantes.
Prefiro abraços apertados, chorar de rir, cantar músicas sem letra e fazer piadas que só quem também extravasa vai entender.

E eu vou alimentar diariamente essa minha vida extravasada, muito mais humana e com novos amigos.
Vou superar a distância e qualquer ponta de insegurança. Vou fazer os receios desaparecerem, vou engoli-los junto com um gole de cerveja e lembrar que verdades não devem ser vomitadas, devem ser extravasadas, divulgadas, repartidas e aproveitadas – seja carnaval ou não.

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