E eu não estou falando da Gripe Suína, não. Estou falando da onda de micaretas que tomou conta do país, depois de Feira de Santana.
Diz o Desciclopédia (sim, eu estou viciada nele) que Montes Claros tem 54 micaretas por ano. Quase uma por semana (obviamente, foi uma ironia).
Por aqui as pessoas sempre reclamam de falta de dinheiro, mas não falta o do abadá.
E isso ocorre em quase todos os cantos do país. Mais de 50% do nosso PIB é decorrente dessas festas carnais, e eu não digo que ocorrem muitas mortes, mas é fato que os hospitais têm um aumento considerável no número de atendimentos/dia (a maioria em decorrência do abuso do álcool).
Como diz o Nizan Guanaes, "é muita liquidez! Só podia dar em crise".
Para mim, especialmente, as micaretas são sinônimos de prosperidade. A agência fica a mil por hora, o trabalho, embora intenso, é divertido e, quando os micareteiros comentam o resultado (por exemplo falando de um abadá bonito) é também gratificante.
O lado ruim? Passar mais dias pesquisando, escrevendo e criando para/sobre/com 'axé' do que qualquer outra coisa.
Às vezes dá até aquela sensação de overdose, já que eu começo a viver esse clima de micareta antes que toda a movimentação de fato ocorra e termino muito depois que o trio já parou.
Noutras vezes, como agora, antes que a vibração do trio tenha sido esquecida pelo meu corpo (afinal não só trabalho para, como participo de micaretas) eu já sou obrigada a escrever sobre a próxima... Preparando projetos de captação de recurso, bolando abadás, panfletos, spots etc.
Mas, se parece que estou falando mal, devo lembrar que acho esse tipo de festa muito bacana, primeiro porque sou adepta das percurssões e da melanina que corre solta em ritmo frenético, mas compassado e envolvente; depois por causa da notória movimentação da economia local. Isto é, é inegável o benefício desse tipo de evento para a economia do município realizador, uma vez que oportuniza a inclusão de diversos comerciantes originários dos mais variados setores da economia regional.
Esses comerciantes, que em sua maioria atuam na economia subterrânea, esporádica, prestam serviços eventuais, sendo este um traço importante da economia de Montes Claros, por exemplo, que tem como um vetor relevante o comércio não contabilizado.
Além disso, em sentido lato senso, a micareta auxilia Montes Claros na criação de uma imagem de cidade receptiva, aberta, com sua dinâmica capaz de atrair pessoas da mais diferentes localidades do país - movimentando bares, restaurantes, hotéis, taxistas etc.
Apresentando dessa forma, nota-se a importância social e a funcionalidade de micaretas como o Axé Montes e o Carnamontes, que, além de sustentar importantes pilares do município, ainda servem de entretenimento para uma considerável parcela da população.
Dito isto, postarei aqui algumas fotos do último final de semana – espero que atraiam mais atenção e que multipliquemos (feito amebas rs) os visitantes do meu humilde blogzinho. Rs
Beijos a quem é de beijos, abraços aos demais.
PS: Continuo testando layouts. Espero a opinião de vocês.
6 comentários:
Oi, Ana. Dando uns rolés pela net encontrei seu blog...
Olha, não tenho nada contra as micaretas (confesso que já fui adeptas das coreografias do É O Tchan! - Santo Deus!!). Mas o que acho, digamos, "falho" aqui em Montes Claros e região, é a falta de espaço para outros "ritmos" (fora o sertanejo, que também está "bombando"). O restante, como pop, rock e variantes, por exemplo, são considerados estilos "alternativos" e os eventos, quase sempre acontece, acontecem de maneira mais independente, são realizados por pessoas que estão lutando há algum tempo para conseguir um espaço no cenário. Mas a Exposição sempre traz um "Jota Quest" pra sossegar o facho da gente né? hehehe
Um abraço.
Oi, Ananda! Eu já me perguntei sobre isso diversas vezes... E já me fizeram a mesma pergunta também. Mas sabe qual é a verdade? A verdade que apesar de existir público pagante, em Montes Claros ele ainda não é, em números, suficiente para sustentar um evento com a magnitude de um evento de axé, por exemplo. Já observamos casos assim, como o primeiro Beer Festival, no Parque de Exposições (que embora o público presente tenha adorado, só deu prejuízo aos organizadores) e a própria FESTA SHOW, no Max-min, em que o buffet contratado para Área Vip, de última hora, resolveu dar à pequena massa presente o que eles tinham levado (entre comidas e bebidas), porque não se tinha vendido nenhuma única área vip. Foi um fiasco total para organização - enquanto expectadora, não. Eu adorei a festa.. Curti demais e apenas shows bons, como por exemplo o show dos Los Hermanos que, pra mim, foi o melhor que já assisti. Mas é isso aí... As pessoas têm que compreender que não se faz evento por caridade, mas por um impulso único e exclusivamente capitalista, em busca de altos retornos de investimento.. Coisa que em Montes Claros só vemos com evento de Axé. É uma pena, mas o que se há de fazer?!
Eita, Ana.. Não precisava esfregar a verdade nua e crua na minha cara hahaha Você está super certa. E eu só me pergunto comofazentão? Mas o importante é respeitar os espaços, as pessoas, os estilos.
Um registro: eu acho abadá suuuuuuper caro! Tá lôko! hahaha
Obrigada pela visita! Posso te adicionar aos favoritos?
Um abraço!
kkkk É muito caro mesmo! Sinal de que o dinheiro está com essas pessoas que frequentam, né?! Puta disparidade socioeconomica! rsrsrsrs Pode sim, claro! Já estou seguindo seu blog! Bjs
Ninguém quer pagar dívida, mas todo mundo quer estar no buteco toda semana. Micareta, então! Deosmelivre!
P.s.: você conhecia a menina que caiu do trio nesse último axé?
Era Camila Madureira, Lily! Irmã de Bernardo Madureira... E é assim: reza a lenda DELA que ela escorregou, mas quem estava do lado, no trio, diz que ela se jogou.
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