terça-feira, 5 de maio de 2009

Essa mulher...

Eu tenho um coração que quase me engole – e depois cospe. É sempre um vulcão em ebulição; que diz que não sabe o que quer, mas sente, sente e sente.
Ele quase casa perfeitamente com a mina personalidade forte, mas o problema que ela é tão forte que, às vezes, discorda só para mostrar que é assim, diferente e mandona.
Ela está sempre brigando com uma rebelde que mora dentro de mim, mas é o jeito que a minha personalidade encontrou de mostrar seu senso de justiça: ela sabe bem quando eu devo ‘baixar a guarda’, quando o coração deve amolecer.
A rebelde não. Essa grita, grita, esperneia... Diz que quer morrer sozinha, que não confia em ninguém, que todos são uns mentirosos.
Mas ela nem sequer abre os olhos! Só julga e foge de todos.
Há dias em que ela (rebelde) toma conta de mim; acordo, depois, triste por ter sido dominada. Triste por que me rendo ao péssimo hábito de dar patadas gigantescas quando estou irada. Triste por que ela sabe usar e usa tudo, até minha imaginação extremamente fértil para projetar vingança, criar planos mirabolantes...
Mas eu?! Eu não quero vingança, eu não quero nada disso.
Ainda que eu tenha sido traída (e já fui, e dói demais), que me decepcionem, que insistam em me pirraçar mesmo quando estou na minha, que tentem me passar pra trás, que queiram me maldizer, magoar... Eu não quero.
Quero ser mais forte do que tudo, dominar todos os impulsos - e gritar o bem, e fazer o bem e ser o bem acima de todas as coisas!
Para isso, tenho coragem aos montes.
Eu sei que me apego fácil às pessoas e, assim, vivo dando com a cara na porta, mas tenho absoluta certeza de que, um dia, a porta estará aberta muito antes de eu chegar.
Afinal, posso ser esse vulcão em ebulição, esse paradoxo descontrolado, mas eu sei bem o que quero... E vou atrás.

-O que é que essa mulher tem? Ela tem algo.
Pronome indefinido: algo.

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