segunda-feira, 21 de abril de 2008

E-mails (a réplica)

"É, por essa eu não esperava... Mesmo!
Mas é surpresa das boas, das que tu responde com um sorriso, sabe? O das lentilhas... Hehehehehe!
Nunca me imaginei publicitário; nem agora me imagino.
Sou um estudante de Design de Produto feliz e realizado... Bom, "realizado" é bondade minha, mas eu gosto do curso, sabe? Aprendi muita coisa também nesses 2 anos que estou lá...
Um dos lemas primordiais do Design moderno, o "Form follows function" (A forma segue a função), foi se diluindo no meu caráter ultimamente.
Eu gosto, é inteligente, mas não é completo; precisa de mais.
Pegue-se a Ãna, por exemplo: forma segue função.
Um sorriso lindodemorrer, cabelos negros, calças escritas e descritas, toda uma identidade visual coerente. É um formalismo ótimo! Mas e se o teu produto tem apenas uma aparência moderna? E se a casca dele escondesse mecanismos ultrapassados, pouco ergonômicos, ineficientes. E agora? Por isso "forma segue a função". Não é mais coerente? Precisamos de coerência, o mundo está pobre dela.
Olha o Philippe Starck: todo badalado como contemporâneo - e isso qualquer um é - e na realidade só é mais um designer metido a estilosinho que esquece que forma segue função! Como ser contemporâneo e esquecer a premissa mais importante do modernismo? Vai ver que é porque ele é pós-modernista... Mas não é nada, tudo balela! Falta muita coerência formal-funcional pro Starck!
Voltando-se ao exemplo da Ãna, sim, é coerente. Tu percebe que a casca não é de graça: tem seus mecanismos muito bem projetados, eficientes e funcionais, na medida certa!
O usuário pode se sentir intimidado, mas não confuso.
Instruções pra se usar todo mundo tem que ter, mas o produto tem que comunicar, dizer o que faz e como se faz.
Ãna nunca disse, mas é fácil de imaginar e de querer uma daquelas pra si. Eu sei que funciona muito bem, já faz uns anos.
Dizem que produto bom se vende sozinho. Acho que não, precisa de marketing. É que o usuário sabe o que quer, mas o consumidor não. Ele se emociona com qualquer besteirinha pós-moderna. Se tem um prendedor de roupa na prateleira feito em polipropileno, sem mola e mais forte ao lado de um em forma de passarinho, qual ele leva? O mais barato? Ah, mas aquele em forma de passarinho é tão bonitinho... E, olha! Tem a foto de passarinhos no varal! O consumidor se faz, o usuário não. Por isso é difícil agradar o usuário, mas o bom produto sabe como fazer e o faz, só precisa de um bom marketing que diga pro consumidor que ele realmente é um bom produto, racional e inteligente.
Acho que Ãna nunca precisou de marketing agressivo, mas agora é publicitária. Me convence fácil... E olha que sou irredutível! Ãna faz lembrar de coisas escritas e descritas (de novo essa, hein?) que fazem rir e lembrar, lembrar, lembrar... Não sabia que eu escrevia daquele jeito, acho que desaprendi também! Aliás, há tanto que não escrevo... Tu me lembrou desse prazer!
Aliás [2], eu sempre gostei de escrever pra Ãna, sempre foi legal saber que ela lia e ela lia com olhos de Ãna, fazia interpretações de Ãna... Porque forma segue função. E é linda que só ela!


P.S.: Dizem que a nova moda é escrever com alusão ao próprio curso! Há!"

Nenhum comentário: