quinta-feira, 12 de julho de 2012

A matemática das relações

Escrever, não escrever. Enviar, não enviar. Excluir, não excluir. Pensei em cada uma dessas situações ao menos uma centena de vezes. A última foi mais fácil de decidir e executar, confesso, mas houve o agravante da situação em si; depois de pensar uma centena de vezes, não pensei duas, quando vi a atualização de status. Em seguida, veio o pensamento “it’s done, it’s over”, but no. Nunca está. Diz Tati Bernardi que não há grandeza em se negar um desejo se enquanto o negamos ele continua existindo, não há inteligência em não o encarar ou fazer por onde terminar. Bem, para mim, é isso que eu estou fazendo agora: estou encarando para exigir dele o mínimo, que termine - e que termine logo. Eu acho que ensaiei este texto 10 vezes. Cada vez ele começava de uma maneira diferente, mas em todas o fim era o mesmo... Mais ou menos como a ordem dos fatores que não alteram o produto... Exatamente como X, que não importa qual equação você utilize, encontrará a resposta correta. Apesar de não gostar de matemática, eu assumo que ela seria muito boa em se tratando de sentimentos se as minhas contas de mais dessem sempre dois. Mas não é assim que as coisas funcionam, então não vou prosseguir com o raciocínio lógico. Lógica é tudo aquilo que me chama de louca, em momentos como este. Que me diz que eu estou errada e que é só esquecer e seguir a diante. “Na lógica”, você passa a borracha e faz outras contas; tenta outra fórmula, ensaia outra equação e tudo certo. Você vira a página e vai cuidar de outro problema. Acontece que nenhum sentimento é um triangulo equilátero, nenhum relacionamento dá certo porque os ângulos são congruentes. Dão certo porque descobrimos o X em um triângulo isósceles. Afinal de contas, ninguém é perfeito. Eu voltaria atrás em inúmeras coisas se - e somente se - como em uma equação matemática, as coisas na nossa vida se arrumassem do meio para o final. Eu me lembro de voltar atrás nas questões das provas do Ensino Médio, mudar um exponente no meio da equação, ou uma variável, e achar a resposta certa. Mas eu não precisava mudar o começo, e eu não o mudaria no nosso caso também. Porque no começo, a nossa probabilidade, mesmo em um experimento aleatório, era muito mais favorável. Era tudo mais doce, mais leve e muito mais divertido. E mesmo sabendo que não há lógica na diversão, foram essas memórias que me fizeram vir aqui hoje e escrever. Eu não estou escrevendo isso porque o amo, eu não resolvi gastar palavras movida por uma equação apaixonadamente incontrolável e avassaladora. Estou escrevendo isso, porque um dia, uma fração me fez mudar o caminho, excluir uma variável e a raiz extraída era bem diferente do que eu queria, mas não mudou o que eu achava do termo inicial. Embora eu não goste de matemática, como já afirmei, eu sempre acreditei em números, porque não há equação que se forme sem tais, assim como não há sentimento que viva (e para morrer ele tem que viver) sem que antes você o assuma. Você foi uma das pessoas mais bacanas que encontrei no meu caminho e, embora nossas contas não tenham dado certo, embora a variável tivesse que ser excluída para que eu pudesse continuar a equação, vai ficar para sempre na minha memória. Se foi uma conta de produtos notáveis, resolvida em uma só linha, ou uma sequencia de Fibonacci – cujo termo é a soma dos seus dois anteriores e, portanto, não tem fim - não importa... Não há lógica ou matemática que explique (equa)ações assim. Eu o exclui, porque não sabia, agora, solucionar esta equação, mas um dia nós nos tornaremos fórmulas conhecidas e haverá convivência outra vez. Por tudo, e por nada, obrigada. E que você seja feliz como um jovem que resolveu o enigma de Newton, após 350 anos.